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VISTA AÉREA DE GV E PICO DO IBITURUNA

ASPECTOS HISTÓRICOS

A região do Rio Doce teve seu povoamento iniciado em meados do século XVII, após a descoberta de ouro nas proximidades de Peçanha, onde se localizava então um dos principais depósitos minerais do País. Esta ocupação ocorreu em apenas parte da área, sendo as outras povoadas posteriormente, nos séculos XIX e XX, com catequização indígena e atividade cafeeira.
As primeiras expedições à área do Rio Doce de que se tem registro deveram-se a Sebastião Fernandes Tourinho que, partindo de Porto Seguro, na Bahia, por volta de 1573 alcançou terras hoje mineiras. Subindo os rios Jequitinhonha e Araçuaí numa primeira expedição, retornou posteriormente pelo rio Doce com 400 homens, atingindo também os rios Santo Antônio e Guanhães.
Um dos primeiros povoados registrados na região foi o de São Miguel e Almas de Guanhães, estabelecido em torno da capela erguida em 1811 em terrenos de José Coelho da Rocha, Francisco de Souza Ferreira, Antônio de Oliveira Rosa, Faustino Xavier Caldeira e José de Oliveira Rosa. Posteriormente, foram aos poucos sendo criados os povoados de Ferros, Conceição do Mato Dentro, Paulistas e Peçanha, estando Figueira (atual Governador Valadares) subordinada a este último.
Em 1823, é estabelecido o Quartel D. Manoel, na margem esquerda do Rio Doce, exatamente no ponto a partir do qual o rio torna-se parcialmente navegável até o mar.
Em finais do século XIX, Dom Manuel era o principal porto fluvial no Rio Doce, no trecho compreendido entre Aimorés e Naque, transformando-se no local de encontro regular das tropas que transportavam os excedentes do noroeste da bacia do Rio Doce e das canoas que faziam o percurso acidentado do rio, trazendo produtos industrializados do litoral.
Apenas a partir do início do século XX a ocupação do território sob estudo foi acelerada, com a constituição da Estrada de Ferro Vitória-Minas - EFVM, através do decreto 4 337, de 1º de fevereiro de 1902. Inicialmente traçada passando por Diamantina e Peçanha, a referida ferrovia teve seu curso desviado para atingir as reservas de ferro descobertas em Itabira, então controladas por capital inglês.
Em 1925, foi instalada a primeira usina elétrica, destinada a abastecer as residências da vila. Tal usina, da firma Mafra & Irmãos, era movida a vapor de caldeira.
Em 1936, foi criado o Partido Emancipador de Figueira, que se mobilizou para a instauração do município, o que só se deu efetivamente em 1938, como antes mencionado.
Já na década de 1930, a finalização da EFVM facilitou a expansão das atividades siderúrgicas para o Vale do Rio Doce, a leste da área Central do Estado, potencializada também pela conexão da ferrovia com a Estrada de Ferro Central do Brasil, interligando a área com os grandes centros consumidores do País, Rio de Janeiro e São Paulo.
Dessa maneira, inicia-se a implantação do parque siderúrgico mineiro, com destaque para a inauguração da usina de João Monlevade (1937) e da Cia. Belgo-Mineira. Poucos anos mais tarde, a Companhia Vale do Rio Doce - CVRD se estabelecia em Itabira (1942), a Acesita em Timóteo (1944) e a Usiminas, em Ipatinga (1956).
Pela Lei n.º 5 106, de 1966, foram introduzidos incentivos fiscais para a atividade reflorestadora, o que veio a incrementar a prática do plantio de eucalipto. Segundo dados apurados, no final da década de 1960 a Cia. Belgo-Mineira possuía cerca de 73 852 ha. reflorestados na Rio Doce, enquanto a Acesita tinha 41 796 ha. A partir da década de 1970, ganhou relevância outra empresa, a Celulose Nipo-Brasileira - CENIBRA, fundada em setembro de 1973 e se constituindo em um dos empreendimentos de porte da região, nos municípios de Açucena e Belo Oriente.
Na década de 1950, Valadares era considerada a cidade das serrarias. (...) o município era o centro mesmo das famosas matas do Rio Doce, cujas matas - só comparáveis às da Amazônia - alimentaram durante dezenas de anos uma próspera indústria extrativa.
Outros marcos da história valadarense, que influenciaram seu desenvolvimento, foram a implantação da Usina Hidrelétrica de Tronqueiras e das rodovias federais BR-381 e BR-116. Em 1943/44, a Rio-Bahia atravessa as terras do município, confirmando sua situação de pólo regional ao intensificar a concentração de atividades comerciais e de prestação de serviços.
Segundo documentos, em meados de 1967, foi criada a Fundação Percival Farquhar, com a união de 159 pessoas (físicas e jurídicas), que colaboraram na compra de equipamentos, livros e mobiliário. Foi então instalado, em prédio cedido pela Companhia Vale do Rio Doce, o Minas Instituto de Tecnologia - MIT, que contava com os cursos de Engenharia Mecânica e Metalurgia. Posteriormente, foram sendo criadas outras unidades, com novos cursos, com destaque para a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras - FAFI-GV e a Faculdade de Odontologia - FOG, além da Escola Técnica do Instituto de Tecnologia ETEIT.
A área apresenta, segundo a regionalização vigente, as microrregiões de Aimorés, Caratinga, Guanhães, Governador Valadares, Ipatinga, Mantena e Peçanha. A microrregião de Governador Valadares, por sua vez, agrega os municípios de Alpercata, Campanário, Capitão Andrade, Coroaci, Divino das Laranjeiras, Engenheiro Caldas, Fernandes Tourinho, Frei Inocêncio, Galiléia, Governador Valadares, Itambacuri, Itanhomi, Jampruca, Marilac, Nacip Raydan, Nova Módica, Pescador, São Geraldo da Piedade, São José da Safira, São José do Divino, Sobrália, Tumiritinga, Vila Matias e Virgolândia.

Fonte:
Diagnóstico Municipal/SEBRAE/MG
Fórum de Desenvolvimento de Governador Valadares
Período: 1998-1999


VISTA AÉREA DE GV ALGUMAS DÉCADAS ATRÁS

CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DE GV

1542 Sebastião Fernandes Tourinho é atraído pela majestosa Serra Negra, o belo pico da Ibituruna, além da exuberante vegetação nas margens do Rio Doce, entre Suaçuí Grande e Rio Corrente. Diz a lenda que o Rei Dom Manoel esteve em uma excursão pelas margens do Rio Doce, detendo-se um pouco na figueira. Vendo uma incursão dos temíveis Aimorés, a excursão esconde-se no sopé da Ibituruna. Dizem que esta é a origem do nome Porto de Dom Manoel. Essa história é dada por verdadeira por José Serra Lima, Rodrigues da Silva e João Gonçalves.

1882 Ligando Aimorés a Naque havia dois portos, sendo o principal o Porto de Dom Manoel, que mais tarde passou a se chamar Porto das Canoas e Santo Antônio do Porto de Figueira. Era o início da rua Quintino Bocaiúva. No local havia uma árvore lendária, uma figueira. Figueira do Rio Doce teve seu início no Distrito de Paz, sob o nome de Baguary, nome indígena que significa vagaroso, por causa do Figueirinha que desaguava nas imediações do Porto de Figueira.

1888 Lei Provincial confirmada pela lei estadual de 14/07/1989 criou o Distrito de Santo Antônio do Bonsucesso ou Santo Antônio da Figueira, município de Peçanha.

1909 Figueira já contava com mais ou menos 200 habitantes. Os tropeiros e comerciantes ambulantes de Patrocínio, Peçanha e Santa Maria começaram a descer a mata até Figueira.

1910 Inauguração da estrada de ferro Vitória-Minas. A partir daí o progresso acelera, tanto em população quanto em crescimento econômico. Havia uma pequena vila e algumas casas espalhadas.

1912 Início do loteamento da região e construção da primeira igreja católica, a Igreja de Santo Antônio, com missas coordenadas pelo vigário de Peçanha, Pe. Júlio.

1913 300 habitantes. Uma grande tempestade atingiu a cidade. Árvores e muitos telhados de casas onde hoje estão as ruas Israel Pinheiro, D. Pedro II, Barão do Rio Branco e Bárbara Heliodora foram arrancados.

1918 Foi aberta a primeira "estrada do boi", em plena mata virgem entre Itambacuri e Chonim. O gado que era levado para o Norte passava por esta estrada.

1920 Primeira indústria de madeira, proprietário Francisco Pobel, na rua Prudente de Moraes, e chegada de professoras de Peçanha.

1922 Primeira padaria na rua Prudente de Moraes, do Sr. Massad.

1923 A partir de uma lei de 7 de setembro o distrito passa a ser chamado de Figueira.

1924 A cidade começa a crescer com a ajuda dos pioneiros: Segismundo Costa (empreendedor), Seleme Hilel (comerciante que chegou a prefeito da cidade), Francisco de Paula Freitas (primeiro farmacêutico), Said, Ramuth e Tufic, Capitão Manuel Gonçalves, José Amado, José de Oliveira Fonseca, Domingos Papi, Antônio Spirito, João Lopes e família Cabral.

1925 Instalação da Coletoria Federal, primeiro cinema (que só durou seis meses) e a primeira usina elétrica a vapor de caldeira.

1932 Começam os projetos para a emancipação do distrito.

1936 Iniciados os trabalhos do matadouro e entrega do projeto de criação do município ao deputado Cônego Domingos.

1937 Dia 15 de novembro foi assinado pelo Governador Benedito Valadares decreto que emancipava administrativamente o município, publicado em 31 de dezembro do mesmo ano.

1938 30 de janeiro acontece a instalação do município e a festa de posse do primeiro prefeito, Dr. Moacyr Paletta de Cerqueira Lage.
Fonte: Livro Memórias de Uma Cidade, de Ruth Soares.

DIÁRIO DO RIO DOCE